sábado, 24 de dezembro de 2011

O NATAL DOS ESPÍRITAS


Semana passada fui procurado por uma repórter de um jornal semanal querendo uma entrevista pelo celular mesmo, falando o significado do natal para o Espiritismo. O objetivo era fazer uma matéria onde os segmentos religiosos colocassem suas posições a respeito. Já havia entrevistado um padre e um pastor evangélico, e eu falaria pelo espiritismo. Grande responsabilidade! 


Como estava ocupado no momento, fiquei de ligar mais tarde, e quando o fiz ela se desculpou dizendo que a matéria não sairia mais, pois o espaço disponível seria ocupado por uma notícia urgente  de última hora. Caso decidissem publicar  na semana seguinte me procuraria. Respondi que elaboraria um pequeno texto e enviaria por e-mail, ficando o jornal à vontade para publicar ou não. E assim fiz. 


Não sei se publicaram, a edição deve ter saído ontem dia 23 sexta-feira. Espero que as tragédias que ocupam as páginas dos jornais tenham sido em menor número esta semana e tenham permitido a publicação dessa e de outras matérias mais agradáveis. 


Eis o texto que enviei:


O NATAL NA VISÃO DO ESPIRITISMO


João Eduardo Ornelas – Membro do Centro Espírita Anjo Gabriel (CEAG)


O Espiritismo não se prende a datas comemorativas considerando que todos os dias são importantes para nossas vidas. Quanto ao  Natal é visto como um simbolismo, uma vez que estudos mostram que é quase impossível determinar precisamente a data do nascimento de Jesus, sendo improvável que tenha sido em dezembro. Segundo estudos simbólicos e astronômicos Jesus teria nascido na primavera, por volta de 25 de março.


Por decisão do império romano na época do reinado de Constantino I o primeiro Imperador cristão, o nascimento de Jesus passou a ser comemorado no dia 25 de dezembro, data em que era comemorada uma importante festa pagã,  o Solstício de inverno. 


Indiferente da data, natal é época de emoção, fraternidade e amor. Pode e deve significar renascimento, retomada de uma nova vida. É uma época em que as pessoas ficam sensíveis, solidárias e assumem compromissos de mudanças. A atmosfera fica impregnada de bons fluídos e influenciam nas atitudes das pessoas. É o que se costuma chamar o “Espírito do Natal”.


O Espiritismo entende que a postura adotada pelas pessoas na época do natal deveria vigorar todos os dias do ano: boa vontade, paz no coração, amor ao próximo, etc. Contudo nessa época é fundamental lembrar do verdadeiro aniversariante, JESUS, que para nós espíritas, é o guia e modelo perfeito no qual devemos nos espelhar para direcionar nossa evolução. Não podemos permitir que o apelo comercial do natal sobreponha a figura do Cristo, ou seja,  que Papai Noel se torne mais importante que o Divino Mestre.


É fundamental permitir que Ele nasça em nosso íntimo, e se às vezes simbolicamente o matamos quando praticamos más ações, é preciso que Ele renasça sempre para nós. 


O Espiritismo não condena o ato de presentear a quem se ama, mas enfatiza que o presente mais importante e significativo que podemos nos dar, e aos que nos cercam não se compra com dinheiro ou cartão de crédito: é a melhoria intima conquistada diariamente e colocada a serviço de um mundo melhor.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

1º Encontro do Palestrante Espírita

Evento reuniu cerca de 40 pessoas
Por Gabriela Marquito
Quarenta e duas pessoas participaram do 1º Encontro do Palestrante Espírita, que aconteceu no último sábado (10), no Centro Espírita Anjo Gabriel (CEAG). O evento é criação, iniciativa e organização do CEAG com apoio da Aliança Municipal Espírita (AME). O encontro foi destinado aos palestrantes que quiseram se aprimorar e trocar experiências e para os candidatos a palestrantes.
Jackelyne Rangel é palestrante há um ano e meio. Para ela, o curso foi fundamental, pois trabalhou com aspectos básicos e relevantes que não se tem acesso no dia a dia. “Acho que o conhecimento adquirido no encontro vai aprimorar a palestra de novos palestrantes e também ajudar a dos mais antigos. Mais uma vez a união das casas espíritas traz conhecimentos cruciais para o desenvolvimento da prática espírita em Muriaé”, contou.
Sete casas espíritas de Muriaé foram representadas e uma de Recreio, que enviou três pessoas. Segundo o facilitador do encontro e palestrante, João Ornelas, a palestra pública é talvez a maior forma de divulgação do espiritismo, ao lado do livro espírita. “A pessoa que tem o contato com um livro ou filme espírita e sente desejo de conhecer um pouco mais, onde ela vai? Assistir a uma palestra. Caso goste da palestra e sinta-se ainda mais envolvida, naturalmente irá voltar e querer conhecer cada vez mais. Portanto, a palestra deve ser bem preparada e apresentada, daí a necessidade de oferecer aos palestrantes orientações no sentido de se capacitarem adequadamente para a tarefa”, explicou.
Segundo João, havia a necessidade de organizar eventos como este na cidade devido à demanda de pessoas que desejam falar na tribuna espírita e palestrantes já atuantes que querem aprimorar suas palestras. “O grande número de participantes mostra que havia essa necessidade. Essa é também uma preocupação da Federação Espírita Brasileira (FEB), que incentiva e patrocina trabalhos sobre a oratória espírita. Mas não podemos parar por aqui, outros eventos precisam acontecer para que o trabalho na área seja contínuo”, afirmou, citando uma colocação de Chico Xavier, psicografando o mentor espiritual, Emmanuel: "A maior caridade que podemos fazer pelo Espíritismo é sua divulgação".
Na primeira parte foi abordado o tema “A Palestra Espírita”, com informações de como fazer e montar uma palestra. Já na segunda parte, a palestra “Projetor Multimídia e o PowerPoint” ofereceu dicas de especialistas em oratória em vídeos, apostilas e acervo de imagens espíritas. Ambos os temas foram apresentados ao vivo pelo facilitador do encontro, João Ornelas.
O encontro também foi o primeiro deste cunho realizado em Muriaé. De acordo com a presidente da Aliança Municipal Espírita, Silvana Santos, este evento foi importante para se colocar em prática o verdadeiro objetivo da AME, que é trabalhar em conjunto com a finalidade de divulgar a Doutrina Espírita. “Este é o primeiro curso de muitos que, com certeza, virão”, finalizou, contando que nos dias 8 e 9 de fevereiro Orson Peter Carrara, um dos mais renomados oradores espíritas, estará em Muriaé  no CEAG e Centro Espírita Maria de Nazaré.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NATAL NA CRECHE ALFREDO COUTO






A Creche Alfredo Couto encerrou suas atividades em 2011 com a tradicional festa de natal que aconteceu nesse dia 21 de dezembro. Foi uma bela festa onde as crianças receberam presentes escolhidos por elas, ou seja, procurou-se satisfazer o gosto de cada uma em vez de presentes padronizados. Para possibilitar essa ação foi fundamental a participação efetiva dos amigos da Loja Maçônica "Seareiros da Paz".

A diretoria da Creche Alfredo Couto agradece a todos o apoio recebido nesse ano que se finda e que foi de grandes conquistas. Deseja Boas Festas que em 2012 possamos estar todos juntos com saúde, paz e disposição para a continuidade do trabalho no bem.

CONFRATERNIZAÇÃO


Aconteceu dia 17 de dezembro a confraternização dos membros e frequentadores do CEAG. Foi uma noite especial e de grande alegria. A diretoria do CEAG agradece o apoio de todos e deseja boas festas!

domingo, 18 de dezembro de 2011

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

HERODES ERA REI, E JESUS CARPINTEIRO

Seu exemplo de humildade começou no berço singelo e despojado
Rogério Coelho

"As posições entre os homens, frequentemente, estão

na razão inversa da elevação dos sentimentos morais."
- Allan Kardec[1]

Segundo Joanna de Ângelis[2], "a paixão de Herodes pelo trono e a de Jesus pela Verdade possuíam a mesma intensidade, somente a canalização das forças era dirigida em sentidos opostos."
Jesus será sempre o nosso "Modelo e Guia mais perfeito" conforme assertiva dos Espíritos Superiores na questão 625 de "O Livro dos Espíritos".
Inobstante Suas ilimitadas qualificações morais, a vida colocou-O frente a frente com venais juizes humanos e Ele permaneceu humilde e às vezes silencioso, embora impertérrito...
Seu exemplo de humildade começou no berço singelo e despojado, como que para mostrar-nos quão prejudicial para nossa economia espiritual é o orgulho cujas consequências são ásperas amarguras, acerbas e causticantes dores de não fácil erradicação. Necessário atentarmos para o Divino Modelo.
Segundo o Mestre Lionês1, "a marcha dos Espíritos nos trâmites evolutivos é progressiva, jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente na hierarquia, e não descem da categoria que já alcançaram. Nas suas diferentes existências corporais podem descer como homens, mas não como Espíritos. Assim, a alma de um potentado na Terra, pode, mais tarde, animar o mais modesto artesão e vice-versa".
A Doutrina Espírita com seu inesgotável manancial de ensinamentos esclarece-nos também quanto ao aspecto menos imediato da vida, ou seja: O presente como corolário do pretérito e o futuro como resultado do presente. Dessa forma, o espírita estudioso e sério, em qualquer nível social, sabe que sua posição boa ou má não será eterna. Se estiver no ápice da ordem social, não se envaidece nem se ensoberbece, pois sabe que não viverá aí em regime vitalício. Se estiver na base da ordem social, integrando a grande e desafortunada mole humana, não se desespera nem se revolta, pois confia no futuro promissor...
Revelam os Benfeitores Espirituais[3]: "Os Espíritos se encarnam como homens ou mulheres porque eles não têm sexos. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes oferecem provas e deveres especiais, além da oportunidade de adquirir experiência. Aquele que fosse sempre homem, não saberia senão o que sabem os homens".
PERFIL DO ESPÍRITA-CRISTÃO [4]
O verdadeiro espírita, onde quer que se situe na escala social, será sempre aquela criatura consciente de que Jesus é o seu "Modelo e Guia mais perfeito". Será humilde, probo, cumprirá a lei de justiça e amor e de caridade na sua maior pureza; interroga sempre a sua consciência sobre seus próprios atos, perguntando-se se violou alguma lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qu alquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem; deposita fé em Deus; tem fé no futuro; sabe que todas as vicissitudes da vida são o cadinho esfogueante que lhe testarão a têmpera; faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma, retribui o mal com o bem; encontra satisfação nos benefícios que espalha; seu primeiro impulso é para pensar nos outros; é bom, humano, benevolente, respeitador; não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; perdoa e esquece as ofensas; é indulgente; nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios; estuda as próprias imperfeições, esforçando-se incessantemente para combatê-las; usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos; respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus".
Se não conseguirmos acomodar em nosso coração esses normativos que caracterizam o "modus-vivendi" do verdadeiro Espírita, estaremos no mesmo nível de Herodes e bem distanciados de Jesus, engrossando a fileira dos orgulhosos, dos déspotas e venais... Não nos caberá, portanto, estranhar o lastimável "status-quo" da sociedade hodierna, vez que lhe aumentamos o contingente com nossa personalidade conspurcada pela jaça do livre-arbítrio mal direcionado.
Não sem motivo assevera Lacordaire[5]: "O orgulho é o terrível adversário da Humanidade. Se o Cristo prometia o Reino dos Céus aos mais pobres, é porque os grandes da Terra imaginam que os títulos e riquezas são recompensas deferidas aos seus méritos.
Sem humildade não podemos ser caridosos e fora da Caridade não há salvação possível".
Espelhemo-nos no "Modelo e Guia mais perfeito".
Por mais anônimos que sejamos, onde quer que estejamos situados, saibamos discernir os verdadeiros valores. Não permitamos que o escabroso jogo das aparências nos ludibrie. Saibamos, como Jesus, ver além das aparências...
Lembremo-nos sempre que o pigmeu Herodes era Rei, e Jesus, o Gigante Espiritual, singelo carpinteiro. ■



[1] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83.ed.Rio de Janeiro: FEB, 2002 – q. 194-a.
[2] - FRANCO, Divaldo. Momentos de Meditação. 2.ed.Salvador: LEAL, 1996, cap. 19.
[3] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83.ed.Rio de Janeiro: FEB, 2002 –q. 202.
[4] - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 121.ed.Rio de Janeiro:FEB, 2003, cap. XVII, item 3.
[5] - Idem ibidem, cap. VII, item 11.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA 2011

Foto da Feira realizada em 2010

Feira do Livro Espírita acontecerá a partir do dia 3

A Confraternização dos Jovens Espíritas de Muriaé (Cojem) vai realizar, pelo décimo ano consecutivo, a Feira do Livro Espírita, que acontecerá entre os dias 3 e 11 de dezembro, de 8h às 20 horas, na Praça João Pinheiro, Centro.
A feira tem o objetivo de divulgar a Doutrina Espírita, oferecendo as obras a preço acessível para que se tenha condições de adquirir os livros. Cerca de mil títulos estarão disponíveis - inclusive lançamentos - como obras da Codificação Espírita, romances, livros históricos, biográficos, doutrinários, infantis, etc. “Colocamos as obras espíritas nas ruas, ao alcance de uma população que está faminta por interpretações adequadas do Evangelho e respostas paras suas dúvidas milenares. Ali, junto aos voluntários que organizam e auxiliam, o público pode tirar dúvidas sobre a Doutrina Espírita e ter informações sobre as Casas Espíritas da região”, contou um dos organizadores da feira e coordenador doutrinário da Cojem, Robério de Oliveira Torres.
O dinheiro arrecadado com a venda será destinado para a realização da Cojem - encontro espírita sem fins lucrativos que ocorre há 20 anos na época da "Semana Santa" em Muriaé.  Na Cojem reúnem-se jovens de todas as idades de várias cidades e estados do Brasil para se confraternizarem e também divulgarem a Doutrina.
Todo o trabalho dos nove dias da feira é feito por voluntários. A Feira do Livro Espírita, além da divulgação do Espiritismo, incentiva o hábito da leitura, do estudo doutrinário; cria oportunidades para união da família Espírita; proporciona a entrada de novos companheiros no trabalho; incentiva a criação e enriquecimento de bibliotecas nos Centros Espíritas, além do benefício daqueles que, através desses livros, encontram esclarecimentos, respostas e consolação.
De acordo com Robério, a feira é realizada em praça pública para fazer com que a divulgação alcance a coletividade. Segundo ele, o evento ainda vai proporcionar o esclarecimento sobre o que é o Espiritismo, desfazendo preconceitos e esclarecendo o público acerca de seus postulados. “A Feira do Livro tem contribuído muito para a divulgação da Doutrina Espírita e amenizado muitos corações”, finalizou.


Matéria: Gabriela Marquito, Jornal "A Notícia".

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

1º ENCONTRO DO PALESTRANTE ESPÍRITA DO CEAG

O CEAG – Centro Espírita Anjo Gabriel

Convida a todo trabalhador espírita para o:

1º Encontro do Expositor Espírita

Apoio: AME Muriaé

Público alvo:

· Expositores Espíritas que querem se aperfeiçoar e trocar experiências;

· Candidatos a expositores;

· Todo trabalhador espírita interessado em melhorar o processo de comunicação.

Dinâmica: apresentação do material desenvolvido com acompanhamento em apostila com debate, opiniões e trocas de experiências.

Facilitador: João Eduardo Ornelas

Dia: Sábado, 10 de dezembro de 2011

Horário: 13:00 às 17:00 horas

Local: Centro Espírita Anjo Gabriel, Travessa dos Expedicionários 26, Muriaé/MG

Inscrições antecipadas: na secretaria do CEAG, Sede da AME, pelo telefone (32) 3721-6028 (João Eduardo), pelos e-mails jeornelas@uol.com.br ou ceag1948@gmail.com

Contribuição: R$ 15,00 (Lanche, Crachá, apostila, mídia DVD contendo o curso e material de apoio)

Programação:

13:00h horas: recepção e credenciamento

13:30h: Primeira parte:

A PALESTRA ESPÍRITA

Sumário:

· Importância e finalidade da exposição espírita,

· Tipos de expositores espíritas;

· Tipos de platéia;

· Quem pode ser palestrante;

· Vencendo o medo de falar em público;

· Qualidades desejáveis ao palestrante;

· Conhecimento doutrinário;

· Escolha do tema e preparação da exposição;

· Consultando fontes confiáveis;

· Introdução, desenvolvimento, conclusão, (início, meio e fim);

· O processo de criação mental;

· Fidelidade doutrinária e manutenção do tríplice aspecto;

· Temas polêmicos;

· Mediunidade na tribuna;

· Dicção, gestos e posturas;

· contando histórias;

· O que fazer e o que não fazer numa palestra;

· Etc.

15:00h – intervalo para o lanche

15:30h – Segunda Parte:

USO EFICAZ DO PROJETOR MULTI MIDIA E DO POWERPOINT

Sumário:

· PowerPoint relação de amor e ódio;

· Canais de percepção para o aprendizado – estímulo visual;

· Retenção da informação;

· Mantendo a platéia acordada;

· Como não se tornar um mero leitor de slides;

· Quanto custa um slide?

· Organizando em tópicos da forma adequada;

· Usando imagens que valem por mil palavras;

· O contraste ideal;

· O uso correto das fontes;

· O padrão;

· Animações na medida certa;

· Salvando em vários formatos;

· Utilização de cue cards; etc

17:00h. – Encerramento.

Conteúdo do DVD: apresentações PPT usadas no encontro; curso PowerPoint em vídeo aulas; curso de dicção em vídeo aulas; Palestra em vídeo "O Palestrante Espírita" com Nazareno Feitosa de Brasília; Dicas em vídeo de especialistas em oratória; apostila usada no encontro; acervo de imagens para confecção de apresentações espíritas.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EMPREGO ÚTIL DO TEMPO

Recordando Allan Kardec

EMPREGO ÚTIL DO TEMPO

As depressões cobram o ônus da futilidade aos que desperdiçam as horas

Rogério Coelho

"(...) Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada

com muitas coisas, mas uma só é necessária".

- Jesus. (Lc. 10:41.)

 

Festas intermináveis, insossas badalações sociais, futilidades!... A hora vazia cobra um alto e doloroso preço na economia espiritual. Não é sem motivo que grassam as depressões de variegado matiz.

"Ó miséria! Malditas sejam as horas de egoísmo e inércia, nas quais, esquecida de toda a caridade, de todo o afeto, eu só pensava no meu bem-estar! Malditos interesses humanos, preocupações materiais que me cegaram e perderam! Agora o remorso do tempo perdido. (...) Eu urro de dor, errante, sem repouso, rumando sem esperança, sentindo o aguilhão do eterno castigo a enterrar-se-me na alma revoltada! (...) Não tenho expressões para definir esse tempo que se escoa, sem que as horas lhe assinalem períodos".

Os lamentos acima, mais gemidos que palavras, foram proferidos por Claire, uma senhora que viveu na Europa no século XIX.

Ao analisar a situação "post mortem" de alguns Espíritos sofredores, Allan Kardec selecionou[1] algumas mensagens de Claire, que tardiamente reconheceu a preciosidade que é o tempo, em especial enquanto estamos encarnados, para promovermos a nossa alforria espiritual. Mas, desassisados que somos, investimos muito desse valiosíssimo tempo nas horas vazias!... O resultado disso é que – hodiernamente - as depressões estão aí fazendo a cobrança do ônus da futilidade aos ecônomos infiéis que desperdiçaram o tempo jogando conversa fora.

Eis o aconselhamento explícito de Claire1: "(...) Vela constantemente, ama os outros mais que a ti mesmo, não retardes a marcha nem engordes o corpo em detrimento da alma. Vela, conforme pregava o Salvador a Seus discípulos".

O Espírito S. Luís, que tão oportunas páginas nos ofereceu na Codificação Espírita, comentando as mensagens de Claire, disse, entre outras coisas1:

"(...) Este quadro é de todo verdadeiro e em nada exagerado. Perguntar-se-á talvez o que fez essa mulher para ser assim tão miserável! Ela cometeu algum crime horrível? Roubou? Assassinou? Não; ela nada fez que afrontasse a justiça dos homens. Ao contrário, divertia-se com o que chamais felicidade ter­rena; beleza, gozos, adulações, tudo lhe sorria, nada lhe faltava, a ponto de dizerem os que a viam: — Que mu­lher feliz! E invejavam-lhe a sorte. Mas, quereis saber? Foi egoísta possuía tudo, exceto um bom coração. Não violou a lei dos homens, mas a de Deus, visto como esqueceu a primeira das virtudes — a caridade. Não tendo amado senão a si mesma, agora não encontra ninguém que a ame e vê-se insulada, abandonada, ao desamparo no Espaço, onde ninguém pensa nela nem dela se ocupa. Eis o que constitui o seu tormento. Tendo apenas procurado os gozos mundanos que hoje não mais existem, o vácuo se lhe fez em torno, e como vê apenas o nada, este lhe parece eterno. Ela não sofre torturas fisicas; não vêm atormentá-la os demônios, o que é, aliás, desneces­sário, uma vez que se atormenta a si mesma, e isso lhe é mais doloroso, porquanto, se tal acontecesse, os demô­nios seriam seres a ocuparem-se dela. O egoísmo foi a sua alegria na Terra; pois bem, é ainda ele que a perse­gue — verme a corroer-lhe o coração, seu verdadeiro de­mônio.

(...) O insulamento, o abandono, o desamparo, eis a punição daquele que só viveu para si. Claire era, como vimos, um Espírito assaz inteligente, mas de árido coração. A posição social, a fortuna, os dotes físicos que na Terra possuíra, atraíram-lhe homenagens gratas à sua vaidade – o que lhe bastava; hoje, onde se encontra, só vê indiferença e vacuidade em torno de si.

(...) Certos Espíritos são obstinados na prática do mal; são insensíveis à ideia e mesmo ao espetáculo da felicidade dos bons Espíritos. É exatamente a situação dos homens de­gradados que se deleitam na depravação como nas prá­ticas grosseiramente sensuais. Esses homens estão, por assim dizer, no seu elemento; não concebem os prazeres delicados, preferindo farrapos andrajosos a vestes limpas e brilhantes, por se acharem naqueles mais à vontade. Daí a preterição de boas companhias por orgias báquicas e deboches. E de tal modo esses Espíritos se identificam com esse modo de vida, que ela chega a constituir-lhes uma segunda natureza, acreditando-se incapazes mesmo de se elevarem acima da sua esfera. E assim se conser­vam até que radical transformação do s er lhes reavive a inteligência, lhes desenvolva o senso moral e os torne acessíveis às mais sutis sensações.

Esses Espíritos, quando desencarnados, não podem prontamente adquirir a delicadeza dos sentimentos, e, du­rante um tempo mais ou menos longo, ocuparão as camadas inferiores do mundo espiritual, tal como acontece na Terra; assim permanecerão enquanto rebeldes ao pro­gresso, mas, com o tempo, a experiência, as tribulações e misérias das sucessivas encarnações, chegará o momen­to de conceberem algo de melhor do que até então pos­suíam. Elevam-se-lhes por fim as aspirações, começam a compreender o que lhes falta e principiam os esforços da regeneração. Uma vez nesse caminho, a marcha é rápida, visto como compreenderam um bem superior, comparado ao qual os outros, que não passam de grosseiras sensações, acabam por inspirar-lhes repugnância".

Enquanto encarnados, estamos no tempo da sementeira (que é livre, voluntária), mas uma vez desencarnados, vamos colher – obrigatoriamente – o que tivermos semeado... Daí o oportuno alerta de Jesus[2]: "Não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos".

Saibamos, portanto, (enquanto é dia) semear com inteligência e cuidado a fim de colhermos, mais tarde, os frutos sazonados da paz imarcescível e da felicidade sem mescla, repetindo com Jesus: "Venci o mundo".



[1] - KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 51.ed.Rio [de Janeiro]: FEB, 1944, 2ª parte, cap. IV.

[2] - Lucas, 6:44.