quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

INÍCIO DO ESDE

Amigos,
Na segunda-feira dia 24 de janeiro teve início o curso ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita no CEAG. Compareceram 20 pessoas e várias outras confirmaram presença para a segunda aula.
Roteiro 01 – Contexto Histórico do Sec. XIX na Europa.

Síntese:

O século XIX foi marcado por profundas mudanças culturais e grandes movimentos revolucionários impulsionados pelas idéias renovadoras da ciência e da filosofia divulgadas no sec. XVIII pelo Iluminismo. Immanuel Kant, principal nome iluminista descreve o que vem a ser o movimento: "O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo".

O século XVIII é considerado o Século das Luzes. Os EUA foram a primeira nação a de fato se inflamar com as idéias iluministas, o que resultou na declaração de sua independência e na organização da Constituição da Filadélfia. Em seguida as mesmas idéias inspiraram a Revolução Francesa, o marco que separa a idade moderna da idade contemporânea. A burguesia francesa, indignada por sustentar o clero e a nobreza sem ter qualquer participação nas decisões políticas, decidiu pela revolução que apesar de ter resultado em conquistas libertarias para a sociedade, foi por demais sangrenta e cruel. Napoleão Bonaparte, diante da desordem reinante, uma vez que o governo constituído após a Revolução metia os pés pelas mãos, deu o golpe de estado ascendendo ao poder apoiado pelos jacobinos, grupo formado pela alta burguesia. Grande estrategista militar e conquistador, Napoleão manteve-se no poder por 16 anos, saindo após ser derrotado por exércitos aliados. Seu governo se caracterizou por promover a liberdade social no solo Frances, e pela grande violência e crueldade com que tratava as colônias e os países conquistados.

A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra em meados do Sec. XVIII foi outro evento que contribuiu para mudar a face do mundo naquela época de grandes transformações. Alavancou o progresso tecnológico, desenvolveu as relações internacionais, promoveu a urbanização, desenvolveu grandemente os transportes e as comunicações e favoreceu pesquisas médico-sanitárias voltadas para o controle de doenças aumentando a faixa de sobrevida das pessoas.  Por outro lado produziu desequilíbrios decorrentes das relações trabalhistas, principalmente pela exploração da mão-de-obra pelo capital, fruto da baixa evolução moral da humanidade.

Na arte há predominância do romantismo, porém retratando a realidade permeado pelas idéias revolucionárias  com a inspiração  buscada no meio do povo simples. Na literatura se destacam Goethe e Vitor Hugo. Na arquitetura, inspirada no classicismo Greco-romano, são contruidas obras como Arco do Triunfo e as várias colunas existentes em Paris. Eugeme Delacroix, líder do movimento romântico retrata em quadro “a liberdade”. Na música se destacam os compositores Wagner, Beethoven, Chopin e Rossini. Destaque também na pintura para os  impressionistas Manet, Claude Monet, Renoir, Cézanne e Degas.
Quadro "Liberdade" de Eugene Delacroix
 
Surge o positivismo que segundo seu principal nome, Augusto Comte, tratava-se de uma doutrina filosófica, sociológica e política surgida a partir do desenvolvimento sociológico do Iluminismo e das crises social e moral do fim da idade média. Defende a idéia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Tudo aquilo que não puder ser provado pela ciência é considerado como pertencente ao domínio da teologia e da metafísica. O método utilizado pelo positivismo consiste na observação dos fenômenos valorizando a experiência sensível, excluindo-se totalmente a imaginação, tomando como base apenas o mundo material. O sec. XIX é considerado o século da razão.

Ganham corpo as idéias anarquistas e surge o Coletivismo, a base do ideal comunista difundido pelo marxismo. A igreja católica continuava a ser confrontada por aqueles insatisfeitos com o rumo que a mesma tomara desde a idade média ao se aproximar do poder político e da nobreza. As idéias divulgadas pelas igrejas reformadas desde o sec. XVI ganharam novo impulso devidos aos ares libertários que impregnavam a atmosfera nessa época de mudanças. 

Na ciência descobertas importantes ajudaram a dar credibilidade e sustentação para a teoria espírita surgida em 1857 com “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. O astrônomo Leverrier descobriu a existência do planeta Netuno. A matéria invisível amplamente tratada na Doutrina Espírita teve sua existência comprovada em duas descobertas marcantes: com Louis Pasteur com a microbiologia, e com o casal Pierre e Marie Curie ao desvendar as energias emitidas pelo rádio. A teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, publicada em 1859 veio a confirmar o que dissera a Codificação Espírita dois anos antes quando afirmou que a evolução dos seres se dá a partir do mineral passando pelo vegetal, o animal chegando enfim ao estágio hominal.

Nessa época revolucionária onde profundas mudanças ocorreram, a humanidade atingia sua madureza intelectual o que a capacitava a receber a revolução mais importante: a revolução moral proposta pelo Espiritismo. Suas lições sagradas iam ser ouvidas pela Humanidade sofredora. Jesus, na sua magnanimidade, repartiria o pão sagrado da esperança e da crença com todos os corações. Allan Kardec, todavia, na sua missão de esclarecimento e consolação, fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, cuja ação regeneradora não se manifestaria tão-somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX.

Fonte: Apostila ESDE, tomo um, FEB.

Convidamos aqueles que quiserem estudar conosco, toda segunda-feira às 19 horas no CEAG.




terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Artigo: Por que Allan Kardec?


Por que Allan Kardec ?
Silvio Seno Chibeni*
1. A obra de Allan Kardec, quando analisada internamente, revela uma solidez lógica, uma racionalidade, uma limpidez argumentativa, uma coerência de fazerem inveja aos mais conceituados tratados filosóficos que a Humanidade possui; 

2. Allan Kardec revelou, em tudo o que fez, uma prudência, um equilíbrio, uma sobriedade, um espírito positivo e despreconcebido, um bom senso, enfim, que singularizam sua figura entre todos os expoentes da cultura humana; 

3. A obra de Allan Kardec, contrariamente ao que em geral acontece com outras que abordam os mesmos assuntos, está firme e amplamente baseada em fatos, cuidadosa e minuciosamente examinados à luz dos referidos critérios racionais; não surgiu entre as quatro paredes de um gabinete, mas de uma extensa convergência de informações; 

4. Allan Kardec era possuidor de uma vasta erudição, transitando inteiramente à vontade pelos mais variados campos do saber – das ciências às artes, das filosofias às religiões – o que lhe permitiu trazer ao seu domínio de estudo os mais relevantes problemas que interessam ao homem, dentro de uma visão abarcante e integrada da realidade; 

5. A obra de Allan Kardec apresenta-se dentro de padrões de clareza e objetividade tais, que não deixa nenhuma margem a ambigüidades e mal-entendidos, especialmente quanto aos pontos fundamentais;

6. Allan Kardec soube ser impessoal, separando com rigor suas opiniões pessoais e peculiaridades de sua vida privada do conhecimento doutrinário, que é independente e objetivo; jamais pretendeu a posse exclusiva e completa da verdade, nunca recusou um princípio pelo só fato de ter sido descoberto ou proposto por outrem, nunca hesitou em abandonar uma idéia quando provada errônea por argumentos insofismáveis; 

7. A obra de Allan Kardec é incomparavelmente abrangente, ocupando-se desde os fatos mais palpáveis, destacadamente os relativos à sobrevivência do ser, até as mais profundas investigações da ética, passando pelo exame lúcido das grandes questões filosóficas que ao longo das eras têm desafiado o raciocínio do homem; 

8. Allan Kardec tem sido confirmado, por fontes independentes e fidedignas, como um grande emissário de Jesus, especialmente escolhido por Ele para concretizar na Terra a Sua promessa do envio do Consolador, [nota 1] que nada mais é do que o Espiritismo, que veio para nos ensinar todas as coisas (o esclarecimento abundante que traz), para nos fazer lembrar tudo o que Jesus nos disse (a sanção e explicação que ele nos dá dos Evangelhos), e que estará sempre conosco (a perenidade do Espiritismo); 

9. A obra de Allan Kardec não é uma estrutura estática e fechada, mas sim dinâmica e aberta a complementações futuras, incorporando a característica da progressividade, essencial a todo sistema científico ou filosófico que não pretenda ser sepultado pelas constantes e inevitáveis descobertas de fatos novos e pela ampliação geral do conhecimento humano; 

10. Allan Kardec testemunhou em todos os atos de sua vida a sua condição de Espírito de escol: jamais prejudicou a alguém; só com o bem retribuiu as ingratidões, ofensas e calúnias com que em vão tentaram embaraçar-lhe os passos; doou-se por completo à grande obra de educação dos homens que é o Espiritismo: a ela sacrificou o conforto, o repouso, os bens materiais, a saúde e até a própria vida. 

Estudemos com seriedade essa obra. Conheçamos de perto esse autor. [nota 2] Depois, comparemo-lo a obras e a autores que os pretendam superar. Quais se poderão gloriar de fazer-lhes frente em apenas algumas das dez características enumeradas (para não dizer em todas)? Retornemos, por fim, à questão: Por que Allan Kardec? Talvez já não seja difícil respondê-la ... [nota 3]

(*) 1. Livre-Docente, área de epistemologia, Unicamp, junho 2004; 2. Doutor em filosofia, área de lógica e epistemologia, Unicamp, outubro 1993;
3. Mestre em física, Unicamp, 1984.

Seminários em Guarapari

O Companheiro Aloísio Silva envia convites para dois seminários na Sociedade Guarapari de Estudos Espíritas.