HORIZONTES DO INFINITO
Meu Reino não é deste mundo
Rogério Coelho
“O homem que triunfa no mundo, ganha
destaques honrarias; todavia, aquele que
vence o mundo, ganha a vida e dele se liberta.”
- Joanna de Ângelis[1]
“A importância dada aos bens terrenos está sempre na razão inversa da fé na vida futura. Encarando o homem a vida terrestre do ponto de vista da vida Futura, ele vê que a Humanidade, tanto como as estrelas do firmamento que se perdem no infinito. Percebe, então, que grandes e pequenos estão confundidos, como formigas sobre um montículo de terra; que proletários e potentados são da mesma estatura, e lamenta que essas criaturas efêmeras a tantas canseiras se entreguem para conquistar um lugar que tão pouco as elevará e que por tão pouco tempo conservarão.
Deus não condena os gozos terrenos; condena, sim, o abuso desses gozos em detrimento das coisas da alma. Contra tais abusos é que se premunem os que a si próprios aplicam estas palavras de Jesus: “Meu Reino não é deste mundo.”
O Espiritismo dilata o pensamento e rasga horizontes novos. Ao invés dessa visão acanhada e mesquinha, que concentra o homem na vida atual e faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, a Doutrina Espírita mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da Obra do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta, assim, uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma por ocasião do nascimento de cada corpo torna estranhos uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre as partes de um mesmo todo explica o inexplicável que se apresenta, desde que se considere apenas um ponto. Esse conjunto, ao tempo do Cristo, os homens não o teriam podido compreender, motivo pelo qual Ele reservou para outros tempos o fazê-lo conhecido.”
O ínclito Mestre Lionês, ainda ensina[3]:
“Quem quer que haja meditado sobre o Espiritismo e suas conseqüências e não o circunscreva à produção de alguns fenômenos, terá compreendido que ele abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do Infinito. Iniciando-a nos mistérios do mundo invisível, mostra-lhe o seu verdadeiro papel na criação, papel permanentemente ativo, tanto no estado espiritual, como no corporal. O homem já não caminha às cegas: sabe de onde vem, para onde vai e por que está na Terra. O futuro se lhe revela em sua realidade, despojado dos prejuízos da ignorância e da superstição. Já não se trata de uma vaga esperança, mas de uma verdade palpável, tão certa como a sucessão do dia e da noite. Ele sabe que o seu ser não se acha limitado a alguns instantes de uma existência transitória; que a vida espiritual não se interrompe por efeito da morte; que já viveu e tornará a viver e que nada se perde do que haja ganho em perfeição; em suas existências anteriores depara com a razão do que é hoje e reconhece que: do que ele é hoje, qual se fez a si mesmo, poderá deduzir o que virá a ser um dia”.
A par dessas verdades, cumpre-nos, também, para o nosso próprio bem, a exemplo de Jesus, afirmar[4]: “Eu venci o mundo!...”
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