sábado, 5 de outubro de 2013

HOMENAGEM A KARDEC





Todo mês de outubro evoca doces lembranças para o espírita agradecido.
Foi em outubro de 1804, no dia 3, que Kardec ressurgiu para o mundo físico com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, conforme registro de batismo, em 15 de junho de 1805, na igreja de Saint-Denis de la Croix-Rousse, pertencente à diocese de Lyon, interior da França.
Viveu entre nós durante 64 anos e 6 meses.
Ao desencarnar, em 31 de março de 1869, Allan Kardec teve o seu corpo sepultado, em 2 de abril desse mesmo ano, no Cemitério Montmartre.1
Como fora do seu desejo, o féretro, em coche funerário de extrema simplicidade, estava cercado de amigos que oravam sob forte emoção.
Eram os membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE) e simpatizantes. Ao todo, mais de 1200 pessoas.
Discursaram na ocasião o vice-presidente da SPEE, Sr. Levent, e logo após, o célebre astrônomo Camille Flammarion fez inesquecível preleção sobre a vida do Codificador, nos seguintes termos:
“Pela Revista Espírita e pela Sociedade de Paris, da qual era presidente, ele se havia, de certo modo, constituído em centro para onde tudo convergia, o traço de união de todos os investigadores.”
“Quantos corações foram consolados, de início, por esta crença religiosa! Quantas lágrimas foram enxutas! Quantas consciências abertas aos raios da beleza espiritual!”
“Allan Kardec era o que eu chamarei, simplesmente, ‘o bom senso encarnado’. Raciocínio reto e judicioso, aplicava, sem esquecer, à sua obra permanente, as indicações íntimas do senso comum.”
“Não há mais milagres. Assistimos a aurora de uma ciência desconhecida. Quem poderá prever a que consequências conduzirá, no mundo do pensamento, o estudo positivo desta psicologia nova?”
“A imortalidade é a luz da vida, como este Sol brilhante é a luz da Natureza.”
“Até logo, meu caro Allan Kardec, até logo.”
O Sr. Alexandre Delanne falaria depois, dizendo, entre outras coisas:
“Obrigado pela felicidade presente de que desfrutamos, pela felicidade futura que nos fizeste certeza, quando nós, como vós, tivermos entrado na grande pátria dos Espíritos.”
Em nome da sua família e dos amigos, ouviu-se a fala emocionada do Sr. E. Muller que, em certo instante, proclamou:
“Sob o esforço do seu pensamento tudo se transformava e engrandecia, aos raios de seu coração ardente; sob sua pena tudo se precisava e se cristalizava, por assim dizer, em frases de clareza deslumbrante.”
A direção da Revista Espírita, de maio de 1869, apresentou uma síntese biográfica de Allan Kardec, com algumas frases inesquecíveis:
“Trabalhador infatigável, sempre o primeiro e o último a postos, Allan Kardec sucumbiu a 31 de março de 1869.”
“Morreu como viveu: trabalhando.”
“Nele, como em todas as almas fortemente temperadas, a lâmina gastou a bainha.”
“O homem não existe mais. Mas Allan Kardec é imortal e sua lembrança, seus trabalhos, seu espírito, estarão sempre com os que sustentarem, alto e firme, a bandeira que ele sempre soube fazer respeitar.”
Nós, da Federação Espírita do Paraná – FEP, seremos incansáveis em homenageá-lo, em todos os outubros, pelo muito que devemos ao seu labor missionário e pela sua personalidade, que nos inspira sempre nos difíceis caminhos do Bem.
1. Posteriormente, os despojos de Allan Kardec foram transladados para o Cemitério Père-Lachaise, que conta com mais de 69.000 mausoléus, entre eles o do Codificador, que é, ainda hoje, o mais florido de todos.

HOMENAGEM  A  KARDEC


Amaral Ornellas

    
Trouxeste, Allan Kardec, à longa noite humana
O Cristo em nova luz – revivescida aurora!-
E onde estejas serás, eternidade afora,
A verdade sublime em que o mundo se irmana.

Em teu verbo solar, a justiça se ufana
De aclarar, consolando, o coração que chora,
A fé brilha, o bem salva, a estrada se aprimora
E a vida, além da morte, esplende soberana!...

Escuta a gratidão da Terra... Em toda parte,
A alma do povo freme e canta ao relembrar-te
A presença estelar e a serena vitória.

Gênio, serviste! Herói, exterminaste as trevas!...
Recebe com Jesus, na benção a que te elevas,
Nosso preito de amor nos tributos da Historia.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Doutrina e Vida.

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