sábado, 26 de fevereiro de 2011

A RESPEITO DO CARNAVAL


Amigos,
O carnaval se aproxima e é sempre bom analisarmos essa festa popular sob a ótica dos espíritas. Proponho um texto de José Carlos Leal, outro de Emmanuel e um meu em que tento despretensiosamente analisar os dois primeiros.

João Eduardo Ornelas

Carnaval e espiritismo
José Carlos Leal
Para se entender o carnaval e outras festas  populares, é necessário lembrar que a Terra ocupa o segundo lugar na escala evolutiva enquanto um planeta de provas e expiações.
Para se entender o carnaval e outras festas  populares, é necessário lembrar que a Terra ocupa o segundo lugar na escala evolutiva enquanto um planeta de provas e expiações. Aqui, e em mundos semelhantes, encarnam espíritos recém saídos da barbárie, dando os primeiros passos na sua história evolutiva e esses espíritos trazem consigo um grupo de sensações ou pulsões que precisam ser extravasadas para que não se voltem contra a sociedade em que encarnaram. Não foi a toa que Freud nos defendeu a tese de que a cultura nasce da repressão. Em verdade, estamos encarnados para  reprimirmos as más tendências e adquirir elementos espirituais positivos como o amor, a solidariedade, o respeito ao próximo e as diferenças, em uma palavra, desenvolver as faculdades positivas do espírito.
 A festa é o momento em que o espírito tem a oportunidade de pôr para fora, não necessariamente, o que ele tem de pior mas as suas emoções mais profundas. Como somos espíritos altamente imperfeitos as nossas festas quase sempre explicitam emoções do tipo primário. Nos tempos da Grécia antiga, as bacanais, festas dedicadas ao deus Dioniso ou Baco tornaram-se tão perigosas para o equilíbrio da polis (cidade) que teve de ser transformada em teatro como uma forma de "domesticação" do conteúdo nocivo da alma humana. A Festa do deus Líber em Roma; a Festa dos Asnos que acontecia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais no dia 14 de janeiro entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e em todos tempos, têm esta mesma função.
 O carnaval é uma dessas festas que costuma ser chamada de folia que vem do francês folle  que significa loucura ou extravagância sem que tenha  existido perda da razão. No caso do carnaval a palavra significa desvio, anormalidade, fantasia  descontração ou mesmo alegria. Assim, a festa carnavalesca é o momento em que o espírito humano pode extrojetar o que há de mais profundo de mais primitivo em si mesmo.  O poeta Vinicius de Morais deixou isto muito claro ao dizer: " Tristeza não tem fim, felicidade sim / A felicidade parece a grande ilusão do carnaval/  ? a gente trabalha um ano inteiro / por um momento de sonho/ pra fazer a fantasia de rei ou de pirara ou jardineira / Pra tudo se acabar na quarta-feira."
 Qual a posição do espírita ante o carnaval? Sem querer ditar normas, apenas dando a minha opinião, o espírita, em primeiro lugar, deve compreender o carnaval; não ser muito severo, não ter medo dele por acreditá-lo uma expressão do mal e do diabólico da alma humana; não fugir dele por medo de sua sedução. Não deve, como fazem algumas religiões criar blocos ou escolas-de-samba para brincar um carnaval cristão. Pode ser um observador comedido, se gosta da festa, ir ao sambódromo ou às ruas para ver os foliões e, se não gosta, pode aproveitar o feriadão para descansar, meditar ou estudar espiritismo sozinho ou em conjunto; em resumo seguir o conselho de Paulo: "Viver no Mundo sem ser do mundo."

Sobre o Carnaval
Autor Emmanuel / Médium Francisco Cândido Xavier

Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização.

Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.

Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.

Emmanuel

Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939.
(Encartado também na Revista Internacional de Espiritismo,
exemplar de Janeiro de 2001 páginas 565 e 566 - Editora O Clarim).

O Carnaval e as Almas Indecisas
João Eduardo Ornelas
Analisando as duas colocações, a de José Carlos Leal e a de Emmanuel, qual  delas seguir? Quem está  certo, aquele que é tolerante para com o carnaval ou aquele que o condena veementemente?  Qual a postura da doutrina espírita?
Em primeiro lugar, nenhum dos dois autores por mais méritos que possuam  não  respondem oficialmente pela doutrina espírita, simplesmente colocam seus pontos de vista que evidentemente  devemos levar em conta.
No  meu modo de ver, ambos estão certos e nos mostram dois aspectos importantes, e o somatório dos dois textos poderia muito bem representar o posicionamento da doutrina espírita. Mas como disse, isso  é apenas mais um ponto de vista: o meu.
 Emmanuel nos chama a atenção para algumas realidades incontestáveis:
Há que se lamentar que com tanto conhecimentos e avanços da humanidade, ainda nos comprazemos em diversões e festejos baixos, dignos de civilizações pré-históricas.
Enquanto as dores, os sofrimentos e as dificuldades da vida fazem o homem evoluir significando conquistas importantes para seu futuro espiritual, momentos de total liberalidade  como o carnaval operam nas almas indecisas a revivescências da animalidade resultando  em grandes comprometimentos e atrasos em sua evolução.
Nos chama a atenção para as grandes quantias que se gasta no carnaval enquanto há tantos necessitados carecendo do básico.
Emmanuel toca em pontos fundamentais de forma direta, põe o dedo na ferida sem rodeios. Penso que na verdade ele quis de fato impactar o leitor, uma espécie de tratamento de choque. Emmanuel fala para o homem velho, ao espírita incipiente que ainda luta contra seus instintos mais primitivos, ou seja, a grande maioria de nós. O querido Mentor de Chico Xavier mostra de forma nua e crua o desvario que muitas vezes é o carnaval e o mal que pode causar às almas indecisas.
 José Carlos Leal também chama a atenção para a grande bagagem de imperfeição que a humanidade terrena traz em seu intimo e que vem à tona em festas como o carnaval, ou seja, fala o mesmo que  Emmanuel apenas com outro enfoque.
Mas  Leal fala também ao homem novo, ao ideal de espírita convicto e firme no seu entendimento da vida e conhecedor de sua natureza de espírito imortal em constante evolução. E a postura do homem renovado deve ser a de não ver o carnaval como um demônio, um bicho papão que deva ser execrado e repudiado com toda veemência, mas como uma manifestação própria de uma humanidade ainda atrasada espiritualmente, manifestação essa com a qual se deve conviver de forma sadia e com equilíbrio.
Podemos concluir que ambos os autores estão certos e não se contradizem, ao contrário, se complementam. O carnaval tráz muitos prejuízos para a alma humana, mas o espírita não deve fugir dele por insegurança. Aquele que levou a sua reforma íntima a um nível  razoável, não se deixará levar pelas seduções carnavalescas ainda que esteja participando dos festejos. É preciso analisar cada palavra. Emmanuel disse que o carnaval provoca grandes prejuízos às almas indecisas,  não em todas as almas. Resta-nos responder a questão: somos ainda almas indecisas?

Esde – Módulo 02 – Roteiro 01


Fenômenos Mediúnicos que antecederam a codificação: Hydesville e mesas girantes.

Em 1848 na cidade de Hydesville, pequena cidade do estado de New York EUA, a casa da família Fox, uma tosca choupana foi atormentada por um estranho fenômeno. Ruídos inexplicáveis se faziam ouvir sem que ninguém os provocasse. Por mais que se buscasse a causa dos ruídos não foi encontrada qualquer explicação.

As filhas do casal, as meninas Margareth e Kate eram médiuns, e por brincadeira iniciaram um dialogo com aqueles fenômenos estabelecendo um código de comunicação por meio de batidas. Ficaram então sabendo que se tratava de um espírito de alguém que havia desencarnado naquela casa. As noticias se espalharam e muitos vieram tentando descobrir alguma fraude, mas foi em vão. 

Os Fox foram alvo do preconceito e da intolerância dos conservadores, mas o fato é que o fenômeno de Hydesville foi noticiado por todo o mundo e representa o marco inicial do moderno espiritualismo.

Logo em seguida os fenômenos físicos provocados pelos espíritos começaram a surgir em todo lugar com algumas variações. As pessoas se posicionavam em redor de uma mesa, concentravam-se, e a mesa então respondia às perguntas com batidas. Tal fenômeno recebeu o  nome de “mesas girantes”. Esses eventos se espalharam por toda a Europa, principalmente na França onde atingiu um grau extraordinário. Nos salões de Paris a moda era interrogar as mesas sobre as questões mais corriqueiras. Alguns estudiosos procuraram analisar o fenômeno e explicá-los à luz da ciência, porém não conseguiram. O Santo Ofício condenou os fenômenos tachando de hereges aqueles que os praticavam.

Toda essa movimentação veio para cumprir um papel importante nesta fase inicial programada pela espiritualidade, tendo em vista a chegada de uma nova era de progresso para os homens.

Esde – Módulo 01 – Roteiro 04


Pontos Principais da Doutrina Espírita
Os pontos principais da Doutrina dos Espíritos podem ser resumidos da seguinte forma:
Deus, que é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente bom e justo, criou o Universo.
O mundo espiritual é o mundo normal, primitivo, enquanto o mundo corporal é secundário; este poderia deixar de existir ou nunca ter existido, sem alterar a essência do primeiro.
A alma é um Espírito encarnado, e o corpo apenas o seu invólucro.
Há no homem três coisas: 1.º) o corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2.º) a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3.º) o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito (Perispírito).
O laço ou perispírito que une corpo e Espírito é uma espécie de invólucro semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no seu estado normal, mas que ele pode tornar acidentalmente visível e mesmo tangível, como se verifica nos fenômenos de aparição.
Os Espíritos pertencem a diferentes ordens de perfeição. Eles não permanecem eternamente na mesma ordem. Todos melhoram, passando pelos diferentes graus da hierarquia espiritual.
Deixando o corpo, a alma volta ao mundo dos Espíritos, de que havia saído para reiniciar uma nova existência material, após lapso de tempo mais ou menos longo durante o qual permanecera no estado de Espírito errante.
Devendo o Espírito passar por muitas encarnações, conclui-se que todos nós tivemos muitas existências e que teremos outras, mais ou menos aperfeiçoadas, seja na Terra ou em outros mundos.
A encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro acreditar que a alma ou Espírito pudesse encarnar num corpo de animal.
As qualidades da alma são as do Espírito encarnado. Assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem perverso a de um Espírito mau.
A alma tinha a sua individualidade antes da encarnação e a conserva após a separação do corpo.
No seu regresso ao mundo dos Espíritos a alma reencontra todos os que conheceu na Terra e todas as suas existências anteriores delineiam na sua memória, com a recordação de todo o bem e todo o mal que tenha feito.
Os Espíritos não-encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos sem cessar. É toda uma população invisível que se agita ao nosso redor.
Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das forças da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até agora inexplicados ou mal explicados, que não encontram solução racional.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação; os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado.
Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou pela evocação. A linguagem dos Espíritos é constantemente digna, nobre, cheia da mais alta moralidade; a dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, quase banal e mesmo grosseira.
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: "Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam", ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra nesse princípio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ESDE - MODULO I - ROTEIRO 3


Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita




O Espiritismo é ao mesmo tempo Ciência, Filosofia e Religião. Ele se apresenta sob os três aspectos: o das manifestações, o dos princípios e da filosofia decorrente, e o da aplicação desses princípios. Há também três tipos de espíritas: aqueles que se encantam pelo fenômeno, aqueles que percebem as conseqüências morais da doutrina, e por fim, aqueles que além de perceberem as conseqüências morais se por praticar essa moral.

Questões surgidas em debate: ainda hoje há aqueles que se encantam pelos fenômenos. São atraídos pela curiosidade e estão sempre à procura de manifestações diversas e assediando os médiuns sempre à cata de uma novidade, uma manifestação, uma previsão, etc. Pessoas assim não se fixam numa casa espírita, estão sempre procurando aquelas que julgam oferecer o que procuram. Viajam para outras cidades porque ouviram dizer que lá acontece tal ou qual fenômeno (cura, psicografia em público, reuniões mediúnicas abertas, etc). 

As manifestações aconteceram em abundância na época adequada a fim de chamar a atenção da humanidade para a realidade espiritual. Essa época já passou, é tempo de entender os ensinamentos morais proporcionados pelo Espiritismo e colocá-los em prática na vivência diária. 

O ESPIRITISMO É CIÊNCIA

O espiritismo pode ser definido como uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.

O Espiritismo é uma ciência de observação, e não o produto da imaginação.Os espíritos não vieram dizer que haviam pessoas que morriam e continuavam se sentindo vivas, mas provocaram a manifestação desses espíritos para que fossem observados e analisados.  Desta forma surgia a teoria.

As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que os seus estudos se basearam no método experimental. Acreditava-se que esse método só poderia ser aplicado a matéria, mas o é também às coisas metafísicas.

O Espiritismo procede da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental.  Fatos novos que se apresentam, que não podem ser explicados pelas leias conhecidas, são observados, comparados, analisados e partindo dos efeitos às causas, chega-se a lei que os rege; depois as conseqüências são deduzidas e busca-se as aplicações úteis.  Todos os princípios da Doutrina dos Espíritos foram deduzidos por este método.  Nenhuma teoria foi preconcebida.

O Espiritismo demonstra experimentalmente a existência da alma e da imortalidade, principalmente através do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados; i.é.; entre o plano físico e o plano espiritual. O conhecimento de um não pode ser completo sem o conhecimento do outro, eles se completam.

Se o Espiritismo tivesse aparecido antes das descobertas científicas teria abortado, como tudo que vem antes do tempo.  A ciência do mundo, se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade Divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das características morais do homem. (Gênese).

Questões surgidas em debate:
O grande momento da Ciência Espírita foi com Allan Kardec, ou seja, na elaboração da Doutrina. Evidentemente houveram outros estudos importantes que serviram para consolidar ainda mais a realidade espiritual como os executados por Willian Crookes, Gabriel Delanne, Cammile Flamarion, Cesar Lombroso dentre outros. Atualmente a ciência no sentido de investigação não faz muito sentido dentro da doutrina espírita, pois as bases já foram lançadas e os princípios definidos. No dizer de Herculano Pires, “Uma vez constatada a realidade espiritual, e descoberto o mecanismo pelo qual o Espírito se manifesta através da matéria, cessa o trabalho da ciência, para começar a da filosofia”.

Nas palavras de Silvio Seno Chibene “os espíritas para quem a existência do espírito é uma realidade insofismável devem deixar àqueles que ainda não a reconheceram a tarefa de prová-la uma vez mais, pela maneira que bem entendam. Não devem os espíritas se empenharem em uma investigação redundante e que deporia contra suas próprias convicções".
Conclusão: o espiritismo passou da fase de precisar provar por meio de experiências e/ou fenômenos a realidade espiritual, pois isso já está provado há muito tempo. Devemos sim respeitar os princípios e as bases do espiritismo estabelecidas na codificação e que se respaldaram em métodos científicos empregados por Allan Kardec. Pelo fato de as investigações não serem mais o foco principal do Espiritismo na atualidade, abrir mão dos princípios seria descaracterizar a doutrina e abrir espaço para a inserção de crendices e mistificações.

O ESPIRITISMO É FILOSOFIA 

Toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia. Neste aspecto, enquadra-se o estudo dos problemas da origem e destinação dos homens, bem como a existência de uma suprema inteligência, causa primeira de todas as coisas.

O Espiritismo é uma filosofia porque a partir dos fenômenos espirituais e dos fatos, dá uma interpretação da vida, explicando o porquê das dores, dos sofrimentos e das desigualdades entre as criaturas, e elucida as questões fundamentais da existência.  Para todo efeito existe uma causa e esta causa pode estar nesta ou em vidas anteriores.

ESPIRITISMO É RELIGIÃO
O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos. Suas bases fundamentais são as mesmas de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. É  a religião porque tem por finalidade a transformação moral do homem, retomando os ensinamentos de Cristo, para que sejam aplicados na vida diária de cada pessoa.  Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de AMOR e CARIDADE, religando a criatura à sua origem divina.

É porém uma religião diferente pois não possui culto material, não tem rituais nem cerimônias, não possui símbolos, velas, roupas e aparatos especiais, não admite o culto de imagens, não possui sacerdotes nem ministros. Explica ao homem que ele é um Espírito livre em evolução, responsável direto pelos seus atos, e portanto pelos seus fracasso ou vitórias.

A fé espírita é a fé racionada e coloca a CARIDADE, o AMOR como a condição básica de evolução do Espírito, independente do credo. Por isso não diz "Fora do Espiritismo não há Salvação" e sim "Fora da Caridade não há Salvação". A caridade é a maior das virtudes porque proporciona aos homens colocar em prática o mandamento essencial que é "Amar ao próximo com a si mesmo".

Questões surgidas em debate:

Espiritismo é religião, mas não é igreja. Não devemos fazer da casa espírita uma igreja com quadros, imagens, rituais, etc. 

Não devemos criar ídolos no espiritismo, ficar endeusando oradores, médiuns, etc.

Muitos projetam no espiritismo suas práticas religiosas antigas com cultos externos, rituais adoção de gurus e líderes (figuras eclesiásticas), necessidades das quais ainda não se desvincularam. Assim o orador passar a representar o padre ou pastor, o passe faz as vezes da hóstia, e a água energizada se equipara à água benta. A presença semanal na reunião pública substitui a missa ou o culto evangélico, aquela obrigação religiosa obrigatória semanal. 

Não podemos jamais permitir que isso aconteça no espiritismo. O espírita  deve se esforçar nas práticas cristãs todos os dias da semana em todos os momentos e não somente na casa Espírita.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ESDE - MÓDULO 1 ROTEIRO 2


 Apresentamos a síntese do segundo encontro do ESDE.

CONCEITO E OBJETO DO  ESPIRITISMO.

SÍNTESE:

CONCEITO:

O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal e seus adeptos são chamados espíritas ou espiritistas. Essas palavras (Espiritismo, Espírita e Espiritista) foram criadas por Allan Kardec por entender que para designar coisas novas são precisos termos novos a fim de manter a clareza de linguagem e evitar confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Assim sendo as traduções bíblicas que trazem a palavra espiritismo são tendenciosas e indignas de confiança. Como poderia Deus proibir algo que surgiu no século XIX, como algumas traduções colocam?

Espiritualista é todo aquele que acredita em algo além da matéria, ou seja, que o ser humano é algo mais que o corpo físico. O espiritualista não é necessariamente um espírita, pois embora acredite na existência do espírito pode ou não concordar com os princípios espíritas como a reencarnação e a mediunidade.  Por outro lado todo espírita é também espiritualista. 

Questão debatida:
Outro aspecto a se levar em conta é que no Brasil a palavra espiritismo é erroneamente utilizada para designar práticas afro-brasileiras que lidam com a mediunidade tais como Umbanda, Candomblé, Quimbanda, etc. Tal costume gera grande confusão entre o público que desconhece as diferenças entre espiritismo e esses segmentos que fazem parte do sincretismo religioso e da cultura brasileira. Embora deva dispensar respeito a essas seitas, o verdadeiro espírita não deve se furtar a esclarecer esse equívoco lingüístico sempre que necessário e oportuno, explicando com argumentos sólidos que o verdadeiro e único espiritismo é a Doutrina codificada por Allan Kardec. 

OBJETO DO ESPIRITISMO:

O objeto do espiritismo é o espírito (principio espiritual) assim como o objeto da ciência é a matéria (principio material). Como o princípio espiritual é uma força da natureza que reage o tempo todo sobre o principio material e reciprocamente, o estudo de um não estaria completo sem o estudo do outro. Por isso ciência e espiritismo se completam. A ciência se vê na impossibilidade de explicar certos fenômenos somente pela lei da matéria, o espiritismo sem a ciência faltaria apoio e comprovação.

O estudo da matéria tinha que vir primeiro, pois é o que fere primeiro os sentidos. Se o espiritismo tivesse vindo antes das descobertas, teria sido abortado. O espiritismo por estudar um dos elementos constitutivos da natureza, toca na maior parte das ciências: biologia, astronomia, química, física, etc.

Fonte: Programa Fundamental - Tomo I - pag 24-28 - FEB
Além de temas debatidos na aula.

PAUTA DE PALESTRANTES - FEVEREIRO 2011

Quarta, dia 02/02
Palestrante: Aparecida Alvim
Tema: Livre
Dirigente: João Eduardo
Domingo dia 06/02
Palestrante: Ely Barbosa
Tema: Livre
Dirigente: Carla Freitas
Segunda dia 07/02
Palestrante: João Eduardo
Tema: Prevenção à obsessão
Dirigente: Mozart
Quarta dia 09/02
Palestrante: Rogério Coelho
Tema: Livre
Dirigente: Rita
Domingo dia 13/02
Palestrante: Sérgio Souza Dias
Tema: Livre
Dirigente: Paulo
Segunda dia 14/02
Palestrante: Tonheca e Cida de Leopoldina
Tema: Livre
Dirigente: Marina
Quarta dia 16/02
Palestrante: Márcia Miqueline
Tema: Livre
Dirigente: Juliana
Domingo dia 20/02
Palestrante: Adriana Paula
Tema: Transição Planetária
Dirigente: Zezé
Segunda dia 21/02
Palestrante: Silvana Santos
Tema: Livre
Dirigente: Ademir
Quarta dia 23/02
Palestrante: Márcia Maria
Tema: Livre
Dirigente: Therezinha
Domingo dia 27/02
Palestrante: Paulo Junior
Tema: livre
Dirigente: Geraldo Campos
Segunda dia 28/02
Palestrante: Célia Freitas
Tema: Livre
Dirigente: Jackeliny Rangel



Locais e horários:
  • Aos domingos no Núcelo Espírita Anjo Gabriel na Rua Silas Macedo 86 no Bairro Planalto, ao lado da Creche Alfredo Couto às 18 horas.
  • Segundas e quartas na sede do CEAG na Travessa dos Expedicionários 26 Centro, às 20 horas.