quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ARTIGO - ROGÉRIO COELHO


CRUCIFICA   JESUS,   LIBERTA   BARRABÁS !...
Até quando vamos preferir Barrabás e esquecer Jesus?
Rogério Coelho
“Guarda lealdade ao ideal superior que te ilumina o coração”.
-          Emmanuel

Por mais incrível e paradoxal que possa parecer, ainda existem muitas criaturas que se dizem espíritas e que não resistem aos apelos momescos e se esbaldam no carnaval.   Entendemos que tais são os espíritas imperfeitos, ou espíritas de fachada e não de fato.  
Aliás, são duas as épocas insanas em que as fileiras espiritistas sofrem tremendas baixas: a época carnavalesca e a época da política; épocas em que as paixões asselvajadas e os baixos instintos afloram, desnudando o verdadeiro caráter de muitas pessoas que se autointitulam cristãs, ou pior: espíritas-cristãs.
O carnaval para o espírita deveria constituir um período de maior aplicação aos estudos da Codificação ou a busca de um refúgio para merecido e restaurador descanso.
Já existem, felizmente, durante os dias dos destrambelhamentos carnavalescos, muitos agrupamentos que se dedicam ao mister do aprendizado e da reflexão espiritista, em especial com jovens.
Praza aos Céus que a comunidade espírita como um todo se conscientize das realidades da vida, de sua finalidade e do destino de todos nós, e não se deixe enredar nas tredas malhas das dissipações e irreflexões mundanas.
Quando deixamos de amar o próximo e quando preterimos a conduta espírita em favor dos despautérios carnavalescos, políticos e quejandos, não estamos muito distante daquelas pessoas que diante dos príncipes dos sacerdotes gritaram em uníssono:
“Crucifica Jesus, liberta Barrabás!...”
Até quando vamos preferir Barrabás e esquecer Jesus?   Até quando vamos nos escravizar a Mamon em flagrante desprestígio ao doce Rabi Galileu?
Na última abordagem feita por Kardec[1] aos Espíritos do Senhor, ele indaga se jamais poderá implantar-se na Terra o reinado do bem, obtendo a seguinte resposta do nobre imperador francês, conhecido no meio espiritista como S. Luis:
  “(...) O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade.
Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.
Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso.
Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova.  Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia-a-dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam.  Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo em que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. 
Todos vós, homens de fé e de boa-vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado. 
Ai dos que fecham os olhos à luz!   Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções.  Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias!  Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram!”                                                                                                                               






[1] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 1019.

Um comentário:

  1. Pois é, Rogério,
    O verão também provoca debandada dos espíritas que passam então a frequentar os centros no litoral. Percebe-se também outras atrações do mundo que tendem a eventualmente afastar os espíritas do centro, como futebol e novela, principalmente jogos e capitulos decisivos.

    Uma lástima.

    João Eduardo.

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