sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ESDE - MODULO I - ROTEIRO 3


Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita




O Espiritismo é ao mesmo tempo Ciência, Filosofia e Religião. Ele se apresenta sob os três aspectos: o das manifestações, o dos princípios e da filosofia decorrente, e o da aplicação desses princípios. Há também três tipos de espíritas: aqueles que se encantam pelo fenômeno, aqueles que percebem as conseqüências morais da doutrina, e por fim, aqueles que além de perceberem as conseqüências morais se por praticar essa moral.

Questões surgidas em debate: ainda hoje há aqueles que se encantam pelos fenômenos. São atraídos pela curiosidade e estão sempre à procura de manifestações diversas e assediando os médiuns sempre à cata de uma novidade, uma manifestação, uma previsão, etc. Pessoas assim não se fixam numa casa espírita, estão sempre procurando aquelas que julgam oferecer o que procuram. Viajam para outras cidades porque ouviram dizer que lá acontece tal ou qual fenômeno (cura, psicografia em público, reuniões mediúnicas abertas, etc). 

As manifestações aconteceram em abundância na época adequada a fim de chamar a atenção da humanidade para a realidade espiritual. Essa época já passou, é tempo de entender os ensinamentos morais proporcionados pelo Espiritismo e colocá-los em prática na vivência diária. 

O ESPIRITISMO É CIÊNCIA

O espiritismo pode ser definido como uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.

O Espiritismo é uma ciência de observação, e não o produto da imaginação.Os espíritos não vieram dizer que haviam pessoas que morriam e continuavam se sentindo vivas, mas provocaram a manifestação desses espíritos para que fossem observados e analisados.  Desta forma surgia a teoria.

As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que os seus estudos se basearam no método experimental. Acreditava-se que esse método só poderia ser aplicado a matéria, mas o é também às coisas metafísicas.

O Espiritismo procede da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental.  Fatos novos que se apresentam, que não podem ser explicados pelas leias conhecidas, são observados, comparados, analisados e partindo dos efeitos às causas, chega-se a lei que os rege; depois as conseqüências são deduzidas e busca-se as aplicações úteis.  Todos os princípios da Doutrina dos Espíritos foram deduzidos por este método.  Nenhuma teoria foi preconcebida.

O Espiritismo demonstra experimentalmente a existência da alma e da imortalidade, principalmente através do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados; i.é.; entre o plano físico e o plano espiritual. O conhecimento de um não pode ser completo sem o conhecimento do outro, eles se completam.

Se o Espiritismo tivesse aparecido antes das descobertas científicas teria abortado, como tudo que vem antes do tempo.  A ciência do mundo, se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade Divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das características morais do homem. (Gênese).

Questões surgidas em debate:
O grande momento da Ciência Espírita foi com Allan Kardec, ou seja, na elaboração da Doutrina. Evidentemente houveram outros estudos importantes que serviram para consolidar ainda mais a realidade espiritual como os executados por Willian Crookes, Gabriel Delanne, Cammile Flamarion, Cesar Lombroso dentre outros. Atualmente a ciência no sentido de investigação não faz muito sentido dentro da doutrina espírita, pois as bases já foram lançadas e os princípios definidos. No dizer de Herculano Pires, “Uma vez constatada a realidade espiritual, e descoberto o mecanismo pelo qual o Espírito se manifesta através da matéria, cessa o trabalho da ciência, para começar a da filosofia”.

Nas palavras de Silvio Seno Chibene “os espíritas para quem a existência do espírito é uma realidade insofismável devem deixar àqueles que ainda não a reconheceram a tarefa de prová-la uma vez mais, pela maneira que bem entendam. Não devem os espíritas se empenharem em uma investigação redundante e que deporia contra suas próprias convicções".
Conclusão: o espiritismo passou da fase de precisar provar por meio de experiências e/ou fenômenos a realidade espiritual, pois isso já está provado há muito tempo. Devemos sim respeitar os princípios e as bases do espiritismo estabelecidas na codificação e que se respaldaram em métodos científicos empregados por Allan Kardec. Pelo fato de as investigações não serem mais o foco principal do Espiritismo na atualidade, abrir mão dos princípios seria descaracterizar a doutrina e abrir espaço para a inserção de crendices e mistificações.

O ESPIRITISMO É FILOSOFIA 

Toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia. Neste aspecto, enquadra-se o estudo dos problemas da origem e destinação dos homens, bem como a existência de uma suprema inteligência, causa primeira de todas as coisas.

O Espiritismo é uma filosofia porque a partir dos fenômenos espirituais e dos fatos, dá uma interpretação da vida, explicando o porquê das dores, dos sofrimentos e das desigualdades entre as criaturas, e elucida as questões fundamentais da existência.  Para todo efeito existe uma causa e esta causa pode estar nesta ou em vidas anteriores.

ESPIRITISMO É RELIGIÃO
O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos. Suas bases fundamentais são as mesmas de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. É  a religião porque tem por finalidade a transformação moral do homem, retomando os ensinamentos de Cristo, para que sejam aplicados na vida diária de cada pessoa.  Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de AMOR e CARIDADE, religando a criatura à sua origem divina.

É porém uma religião diferente pois não possui culto material, não tem rituais nem cerimônias, não possui símbolos, velas, roupas e aparatos especiais, não admite o culto de imagens, não possui sacerdotes nem ministros. Explica ao homem que ele é um Espírito livre em evolução, responsável direto pelos seus atos, e portanto pelos seus fracasso ou vitórias.

A fé espírita é a fé racionada e coloca a CARIDADE, o AMOR como a condição básica de evolução do Espírito, independente do credo. Por isso não diz "Fora do Espiritismo não há Salvação" e sim "Fora da Caridade não há Salvação". A caridade é a maior das virtudes porque proporciona aos homens colocar em prática o mandamento essencial que é "Amar ao próximo com a si mesmo".

Questões surgidas em debate:

Espiritismo é religião, mas não é igreja. Não devemos fazer da casa espírita uma igreja com quadros, imagens, rituais, etc. 

Não devemos criar ídolos no espiritismo, ficar endeusando oradores, médiuns, etc.

Muitos projetam no espiritismo suas práticas religiosas antigas com cultos externos, rituais adoção de gurus e líderes (figuras eclesiásticas), necessidades das quais ainda não se desvincularam. Assim o orador passar a representar o padre ou pastor, o passe faz as vezes da hóstia, e a água energizada se equipara à água benta. A presença semanal na reunião pública substitui a missa ou o culto evangélico, aquela obrigação religiosa obrigatória semanal. 

Não podemos jamais permitir que isso aconteça no espiritismo. O espírita  deve se esforçar nas práticas cristãs todos os dias da semana em todos os momentos e não somente na casa Espírita.


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